O empreendedorismo digital já é algo popular entre quem quer abrir um negócio próprio. Segundo a 3º Pesquisa Nacional de Varejo Online, realizada pelo Sebrae e e-Commerce Brasil em junho de 2016, os pequenos empreendedores são maioria no e-commerce brasileiro.

De antemão, o universo pesquisado é formado por 53% de empresas que vendem exclusivamente pela internet e por 47% que têm e-Commerce misto.

Percebe-se ainda que o Empreendedorismo Digital está cada vez mais crescente e menos lucrativo do que se esperava, pois 45% dos eCommerces tiveram início nos últimos 3 anos (2014 – 2016); mas, apenas 51% tiveram lucro.

Em princípio, a maior parte (45%) aluga uma plataforma. Depois, 36% vendem por meio de rede social e 32% usam plataforma própria. 24% usam um marketplace ou shopping virtual como: Mercado Livre, Extra, Ponto Frio, Submarino, Waltmart e OLX . E por fim, 14% usam plataforma gratuita e 13% vendem pelo celular. 

Em suma, parece que realizar empreendedorismo digital pode ser uma alternativa para o pequeno empreendedor, já que custos de um ponto físico são eliminados; porém, manter-se nesse mundo de uma forma lucrativa e sem fechar as portas é um desafio e uma outra história.

Empreendedorismo Digital: prós

Baixo valor de investimento

Isso se comparado ao investimento em um ponto físico. Por exemplo, a Lojas Virtuais BR tem planos a partir de R$ 35,00. A Loja Virtual tem a partir de R$ 39,00 e a Loja Integrada tem planos a partir de R$ 0,00. Igualmente, se procurar no Google, verá que há muitas outras plataformas que ajudam o pequeno empreendedor a entrar no mundo digital investindo muito pouco inicialmente.

Conhecimentos tecnológicos básicos

Quando se opta por uma plataforma de loja virtual “pronta”, não há a necessidade de conhecimentos profundos em tecnologia porque você terá suporte da própria plataforma. Antes de tudo, a maioria delas oferece a customização da loja a um valor bem acessível. Por exemplo, há empresas que fazem o layout e configuração completa a partir de R$ 400,00, é só procurar.

Vendas ininterruptas

Em suma, são 24 horas X 7 dias por semana vendendo.

Vendas cross-border

Desde já, o “cross-border” (prática de vender para o exterior) pode ser uma excelente opção, principalmente durante crises econômicas, afinal, na hora de vender, o poder de compra de seu cliente faz toda a diferença. Por exemplo, uma pesquisa da Fierce Retail, revelou que 82% das pessoas entrevistadas já fizeram compra online de algum site do exterior.

Marketing de baixo custo

Há muitas alternativas que podem baratear o investimento em marketing. Por exemplo: e-mail marketing, redes sociais, marketing de conteúdo, anúncios online, etc. Você só precisa saber o que fazer e como planejar. Os conteúdos Marketing digital: os 10 passos de um plano estratégico e Marketing de Conteúdo: plano estratégico em 9 passos podem te dar boas dicas. Mas, se quiser se aprofundar mais, de forma profissional, você pode fazer cursos rápidos, como o de Marketing Digital e Planejamento Estratégico.

Território “quase virgem”  

Segundo a 3º Pesquisa Nacional de Varejo Online , há muito o que explorar em termos de negócios, afinal, o e-Commerce começou a partir dos anos 2000 e só começou a evoluir, de fato, a partir de 2012.

Empreendedorismo Digital: contras

Dificuldade na migração

Embora existam plataformas de lojas virtuais que demandem investimento inicial baixo, elas não se responsabilizam pela migração para outra plataforma. Em suma, se o pequeno empreendedor cresceu ao ponto de achar que vale a pena ter sua própria plataforma, terá de ter em mente que essas plataformas prontas não fazem migração. Enfim, o empreendedor terá de cadastrar todos os produtos novamente. Se houver mais de 5 mil produtos cadastrados, imagine o trabalhão. A solução é acompanhar o crescimento do negócio e antes de crescer demais avaliar se vale a pena a migração para uma plataforma própria ou não.  

Profissionais e/ou agências de tecnologia amadoras

Quando se decide desenvolver uma loja virtual sem usar a plataforma de terceiros, há a necessidade de mão de obra qualificada. Há a necessidade de alguém ou uma empresa que entenda de front-end, back-end e programação. O mais difícil, nesse caso, é encontrar uma empresa séria ou um profissional sério que cumpra com o acordado, que cumpra prazos e seja comprometido(a). São incontáveis os casos de projetos que são atrasados ou abortados pela falta de profissionalismo de algumas empresas e profissionais. Embora freelancers sejam mais baratos, o ideal é sempre contratar empresas com endereço físico, referências e CNPJ para projetos mais complexos.

Sucesso não garantido

O fato de uma loja estar online não significa que ela esteja fadada ao sucesso e pronta para receber clientes. Primeiro, ela precisa conhecer seus principais concorrentes e entender como eles estão posicionados na web. Posicionar-se no mundo on-line é muito diferente de se posicionar no mundo off-line. Segundo, é necessário decidir por um posicionamento (escolha de uma palavra-chave para ser encontrada). Terceiro, tem que fazer o SEO on-page e off-page com eficiência. Em quarto, tem que investir em marketing. Em suma: no mundo off-line o cliente passa na porta do negócio, no mundo on-line o negócio tem que passar na porta do cliente. Esse é o grande desafio.

Sobrevivência difícil

Abrir um negócio digital é mais fácil que abrir um negócio off-line. Mas, sobreviver no mundo digital, onde se concorre com milhões, é muito mais difícil. Por exemplo, um negócio off-line normalmente baseia-se em ponto, na internet não há ponto. Outra situação que dificulta a sobrevivência no mundo virtual é quando um cliente quer devolver ou trocar uma mercadoria. No mundo off-line, geralmente ele anda até a loja e devolve ou troca; no mundo virtual, a loja “anda” até ele. Essa ação é conhecida como logística reversa.

Para piorar, nem todos os empreendedores sabem calcular o risco ou o valor do custo da logística reversa sobre o total do faturamento do e-Commerce. Muitas vezes, nem a taxa de conversão em vendas sabe calcular, indicando um ‘amadorismo’ na gestão.  Outros problemas que dificultam a sobrevivência das empresas na web, listados em ordem de importância na 3º Pesquisa Nacional de Varejo Online, são: tributação, logística, marketing, fluxo de caixa, estoque, concorrência, fornecedores e fraude.

É isso, empreendedorismo digital é “fácil” de concretizar; mas, difícil de manter. Exige muita disciplina, organização, foco, profissionalismo, planejamento e capacitação profissional. No mundo digital não há espaço para amadores, portanto, mitigue seus riscos com cursos como e-Commerce, Marketing Digital, Planejamento Estratégico caso haja a necessidade.